A 4 de Março assinala-se o Dia Mundial da Obesidade com o objetivo de alertar para as causas e riscos desta doença. De acordo com Instituto Nacional de Estatística, em 2020, mais de metade da população portuguesa, com idade igual ou superior a 18 anos tinha excesso de peso ou obesidade.

O que é a obesidade?
A obesidade é uma doença crónica caracterizada pelo excesso de gordura acumulada no organismo. Resulta de um desequilíbrio entre as calorias ingeridas, através dos alimentos, e a quantidade de calorias gastas com exercício físico ou atividades quotidianas.
Ou seja, quando um balanço energético positivo persiste por um longo período, o peso aumenta e a obesidade desenvolve-se.
Esta doença constitui um problema de saúde pública, tanto em Portugal, como no mundo, e representa um importante fator de risco para o desenvolvimento e agravamento de outras doenças crónicas.

A obesidade e as suas causas
Na sua grande maioria o desequilíbrio energético que determina a obesidade decorre essencialmente dos seguintes fatores:

  • Diminuição da actividade física muitas vezes relacionada com o trabalho e modo de vida que determinam sedentarismo;
  • Qualidade da alimentação ingerida com predomínio de alimentos muito calóricos e pouco ricos em nutrientes (hidratos de carbono e gorduras saturadas que encontramos na comida preconfecionada, nos refrigerantes, pastelaria doce ou salgada, produtos de charcutaria;
  • Stress e perturbação da saúde mental relacionados com o trabalho ou de outras causas podem condicionar perturbações do comportamento alimentar e condicionar obesidade.

A obesidade e aptidão para o trabalho
A nível do trabalho a obesidade constitui um fator de preocupação pelo aumento de problemas de saúde e consequentemente do nível de absentismo.
A obesidade pode mesmo ser um fator que limite o exercício de determinadas profissões/funções, como por exemplo:

  • Roncopatia/apneia do sono com défice de vigília diurna pode comprometer a capacidade de desempenhar actividades em que a atenção seja primordial como a de motorista pelo risco de acidentes;
  • Pesos acima de 100 Kg podem comprometer o trabalho em altura e ou espaços confinados. Embora não exista base legal que proíba trabalhadores com mais de 100 kg de executar um trabalho em altura, deverá ter-se em consideração o seu estado de saúde físico e mental bem como fatores externos. Para além disso, as marcas de EPI’s poderão ter especificações e capacidades diferentes, que deverão ser respeitadas.

Papel da saúde ocupacional na prevenção da obesidade
No âmbito do desenvolvimento das suas atividades, para além do papel crucial de avaliação da aptidão para o desempenho da função acima referido, os serviços de saúde ocupacional desempenham um importante papel no diagnóstico e orientação dos casos e obesidade. Nas actividades de vigilância de saúde com uma simples avaliação do peso e altura determina-se o índice de massa corporal (IMC= Peso (em Kg)/ altura x altura (em metros).

O valor obtido permite classificar a relação peso altura segundo a seguinte tabela:

ClassificaçãoIMC (Kg/m2
Baixo peso< 18.5
Peso desejável18.5 – 24.9
Excesso ponderal25.0 – 29.9
Obesidade grau I30.0 – 34.9
Obesidade Grau II35.0 – 39.9
Obesidade Grau III≥ 40.0

Para além da identificação de casos individuais que são orientados para acompanhamento e tratamento específico, o nosso programa de gestão clínica permite o estudo da distribuição nas populações estudadas, de forma identificar grupos de risco que mereçam intervenções mais generalizadas.
Neste âmbito, em articulação com os serviços de RH das Empresas e sempre que tal faça sentido, podemos desenvolver programas específicos como Consultas de Nutrição, a Promoção de Actividade Física, apoio Psicológico.

Saber mais:
Engordar por trabalhar? Sim, é possível. (in expresso.pt)
Obesidade (in sns24.gov.pt)
Obesidade e Capacidade de Trabalho (in rpso.pt)