Depois da chuva, o sol - mas com precaução!

Após um ano marcado por muita chuva, humidade e dias cinzentos, os primeiros raios de sol e as temperaturas mais amenas são, sem dúvida, motivo de alegria. Com a aproximação do verão, apetece passar mais tempo ao ar livre, desfrutar da praia, dos passeios e das esplanadas. No entanto, o aumento das temperaturas e a exposição solar prolongada exigem cuidados redobrados para preservar a saúde e o bem-estar.

No âmbito da segurança e saúde do trabalho há que prestar particular atenção às actividades que se desenvolvem ao ar livre ou em ambientes expostos a elevadas temperaturas (como trabalhos agrícolas ou similares, estufas, cozinhas industriais ou obras), visando a prevenção de múltiplos problemas como a hipotensão, desidratação, exaustão e golpes de calor . Torna-se assim necessário proceder a:

1. Avaliação do Risco:

  • Identificar áreas de trabalho com maior potencial de stress térmico: Isso inclui locais com forte incidência solar, perto de fontes de calor ou com pouca ventilação.
  • Avaliar o nível de atividade física dos trabalhadores: Tarefas que exigem maior esforço físico podem aumentar o risco de stress térmico.
  • Considerar a idade e a saúde dos trabalhadores: Trabalhadores com problemas de saúde ou com idade mais avançada podem ser mais suscetíveis ao stress térmico.

2. Medidas Preventivas:
Adequação do ambiente de trabalho:

  • Implementar sistemas de ventilação, refrigeração ou climatização.
  • Promover a renovação do ar e a utilização de aberturas naturais.
  • Providenciar áreas de descanso frescas e bem ventiladas.

Equipamentos de proteção individual (EPIs):

  • Fornecer roupas de proteção adequadas, como roupas leves e soltas, que cubram a maior parte do corpo.
  • Disponibilizar chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV e protetores solares.
  • Apresentar garrafas de água e incentivar a ingestão regular de líquidos.

Pausas e descanso:

  • Promover pausas regulares para descanso em ambientes frescos.
  • Adaptar os horários de trabalho para evitar as horas mais quentes do dia.
  • Planear tarefas pesadas para horários mais frescos (início da manhã ou final da tarde).

Formação e informação:

  • Sensibilizar os trabalhadores sobre os riscos do stress térmico, os sintomas e como se proteger.
  • Apresentar informações sobre a utilização adequada dos EPIs e sobre as medidas de prevenção a adotar.

3. Aclimatação:
Promover a aclimatação dos trabalhadores às temperaturas elevadas: Permitir que os trabalhadores se acostumem gradualmente ao ambiente de trabalho mais quente.

4. Evitar a exposição de trabalhadores com problemas de saúde:
Trabalhadores com problemas cardíacos, respiratórios ou de peso devem ser protegidos da exposição excessiva ao calor.

5. Acompanhamento:

  • Monitorizar a temperatura e a humidade do ambiente de trabalho: Utilizar instrumentos de medição para garantir que as condições do ambiente de trabalho estão dentro dos limites seguros.
  • Realizar inspeções regulares do ambiente de trabalho: Verificar a eficácia das medidas de prevenção e tomar medidas corretivas caso necessário.
  • Reavaliar a necessidade de adaptar o ambiente de trabalho ou os procedimentos de trabalho: De acordo com as condições climáticas e com a evolução dos riscos.

6. Garantir resposta de emergência e primeiros socorros.
As ondas de calor e os dias muito quentes podem ter consequências sérias, sobretudo para os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas com doenças crónicas e quem trabalha ao sol. Por isso, é importante adotar medidas simples mas eficazes:

  • Mantenha-se bem hidratado, mesmo que não sinta sede;
  • Evite a exposição direta ao sol entre as 11h e as 17h;
  • Use roupa leve, chapéu e protetor solar;
  • Reforce os cuidados com bebés, idosos e animais de estimação;
  • Mantenha a casa fresca, arejando durante a noite e evitando o calor nas horas de maior intensidade.

O verão é uma estação para aproveitar – com segurança. Esteja atento aos sinais do seu corpo, informe-se e proteja-se.

Saber mais: SNS24


Dia Mundial da Segurança dos Alimentos

O Dia Mundial da Segurança dos Alimentos celebra-se anualmente a 7 de junho, sendo uma iniciativa conjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em 2025, o tema escolhido é “Segurança Alimentar: a Ciência em Ação” (Food Safety: Science in Action), destacando o papel fundamental da ciência na garantia de alimentos seguros e saudáveis para todos.

A investigação científica permite:

  • Desenvolver métodos eficazes de prevenção e controlo de riscos alimentares;
  • Melhorar os processos de produção e conservação de alimentos;
  • Informar políticas públicas e regulamentações baseadas em evidências.

Em Portugal, instituições como o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e universidades desempenham um papel ativo na investigação e promoção da segurança alimentar.

Para celebrar esta data, a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, promove eventos e debates sobre o papel vital que a ciência desempenha na garantia da segurança dos alimentos, envolvendo a academia, operadores do setor alimentar, autoridades competentes e consumidores.

A segurança alimentar é essencial para garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos suficientes, seguros e nutritivos, necessários para uma vida ativa e saudável. Este conceito envolve quatro dimensões principais:

  • Disponibilidade: produção e fornecimento adequados de alimentos;
  • Acesso: capacidade económica e física para obter alimentos;
  • Utilização: uso adequado dos alimentos, considerando práticas alimentares e nutricionais;
  • Estabilidade: manutenção consistente das outras três dimensões ao longo do tempo.

Durante as consultas de Medicina do Trabalho, o tema da alimentação saudável é frequentemente abordado, sendo os trabalhadores incentivados a fazer escolhas alimentares equilibradas como forma de prevenir doenças e promover o bem-estar geral.

A segurança alimentar é uma prioridade nacional. O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde destaca que a segurança alimentar é alcançada quando todas as pessoas têm acesso físico, social e económico a alimentos suficientes, seguros e nutricionalmente adequados.

Além disso, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desempenha um papel crucial na avaliação e comunicação dos riscos na cadeia alimentar, assegurando a proteção da saúde pública.

Para mais informações e recursos, consulte:


EU-OSHA - Inquérito europeu revela principais riscos de cancro no local de trabalho

O cancro relacionado com o trabalho continua a ser uma das principais causas de doenças profissionais graves na Europa. Por esta razão, a EU-OSHA realizou uma Pesquisa de Exposição de Trabalhadores sobre fatores de risco de cancro (WES), com o objetivo de recolher dados fiáveis sobre a exposição dos trabalhadores a agentes cancerígenos em diferentes setores de atividade.

Este inquérito foi conduzido entre 2022 e 2023 em seis Estados-Membros da União Europeia — Alemanha, Irlanda, Espanha, França, Hungria e Finlândia — e envolveu mais de 24.000 trabalhadores.
Os questionários foram concebidos para avaliar a probabilidade de exposição dos trabalhadores a 24 fatores de risco de cancro já identificados, incluindo produtos químicos industriais, substâncias e misturas resultantes de processos de trabalho, assim como agentes físicos.
Os resultados iniciais revelaram que os fatores de risco mais comuns incluem a radiação solar ultravioleta (UV), os gases de escape de motores a diesel, o benzeno, a sílica cristalina respirável e o formaldeído. Foi ainda identificada uma elevada taxa de exposições múltiplas, especialmente em setores como a construção civil, a mineração e as pedreiras. Os trabalhadores em micro e pequenas empresas mostraram-se mais vulneráveis, com uma probabilidade 1,3 vezes superior de exposição a agentes cancerígenos, comparativamente aos que trabalham em empresas de maior dimensão.

As informações recolhidas vão apoiar ações no âmbito da segurança e saúde no trabalho, contribuir para a atualização de diretivas europeias como a dos agentes cancerígenos, e reforçar iniciativas como o Plano Europeu de Luta contra o Cancro e o Quadro Estratégico da UE para a SST 2021-2027.

Este estudo representa um passo significativo na prevenção do cancro ocupacional, permitindo uma melhor compreensão dos riscos reais enfrentados pelos trabalhadores e facilitando a implementação de medidas mais eficazes nos locais de trabalho.

Saber mais:
European Agency for Safety and Health at Work


Dia Mundial da Hipertensão

O Dia Mundial da Hipertensão celebra-se a 17 de maio e tem como objetivo alertar para a importância da prevenção, diagnóstico e controlo da hipertensão arterial, uma das principais causas de doença e morte prematura em todo o mundo.
A hipertensão é uma doença crónica caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial. Muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode ter consequências graves, como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal, entre outras complicações.

Quais os principais fatores de risco?

  • Alimentação rica em sal e gorduras
  • Sedentarismo
  • Consumo excessivo de álcool
  • Tabagismo
  • Stress prolongado
  • Excesso de peso
  • Predisposição genética

Como prevenir a hipertensão?
A prevenção passa por escolhas simples e eficazes:

  • Reduzir o consumo de sal
  • Manter uma alimentação equilibrada
  • Praticar atividade física regularmente
  • Evitar o tabaco e o álcool
  • Manter hábitos regulares de sono
  • Medir a pressão arterial com frequência

A Medicina do Trabalho tem um papel essencial na vigilância da saúde dos trabalhadores. Através dos exames periódicos, é possível detetar precocemente alterações da pressão arterial e orientar o colaborador para o tratamento adequado. Além disso, campanhas de sensibilização, rastreios e ações de promoção da saúde no ambiente laboral ajudam a prevenir a hipertensão e a promover hábitos de vida mais saudáveis.

Em Portugal, o Dia Mundial da Hipertensão é habitualmente assinalado com ações de rastreio da pressão arterial em farmácias, centros de saúde, empresas e locais públicos, bem como com campanhas informativas promovidas por entidades de saúde. É uma oportunidade para reforçar o compromisso com a saúde cardiovascular e incentivar a deteção precoce de um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Saber mais:
Sociedade Portuguesa de Hipertensão


Avaliação do radão até final de 2025

O radão é um gás radioativo, invisível, inodoro e insípido, que se forma naturalmente no solo devido à decomposição do urânio presente em rochas e minerais. Pode infiltrar-se nos edifícios através de fissuras nos pavimentos, fundações ou tubagens, acumulando-se em espaços interiores — incluindo locais de trabalho.

A exposição prolongada ao radão é a segunda principal causa de cancro do pulmão, logo a seguir ao tabaco. O risco aumenta significativamente em ambientes fechados e pouco ventilados, onde o gás pode atingir níveis perigosos sem que ninguém se aperceba.

A única forma de saber se a concentração de radão num determinado espaço está acima dos valores de referência, é a través de uma medição. A avaliação da exposição dos trabalhadores a este gás é uma obrigatoriedade legal, descrita no Decreto-Lei nº108/2018 de 3 de dezembro, para todos os locais de trabalho nacionais localizados ao nível do solo e solo.

O Plano Nacional para o Radão – PNRn, aprovado na Resolução de Conselho de Ministros n.º 150-A/2022 estabelece ainda um prazo de 3 anos desde a sua publicação, para todas as entidades empregadoras realizarem a monitorização inicial ao radão (monitorização de diagnóstico). Temos assim até ao final de 2025 para realizar esta medição.

Consulte aqui o folheto informativo da Agência Portuguesa do Ambiente.

Para mais informações poderá consultar os seguintes links:
Decreto-Lei n.º 108/2018, de 3 de dezembro
Resolução do Conselho de Ministros n.º 150-A/2022, de 29 de dezembro
Guia DEPR-DPA-GGRLT-01


Inquérito da UE revela riscos fundamentais e emergentes no local de trabalho

O mais recente Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER) destacou que a permanência prolongada na posição sentada, o contacto com clientes difíceis e a digitalização são alguns dos principais riscos emergentes nos locais de trabalho na Europa. Através de um estudo abrangente realizado em mais de 41 000 empresas, a EU-OSHA analisou como as organizações gerem a segurança e a saúde no trabalho, identificando as principais preocupações, como lesões musculoesqueléticas e desafios psicossociais, e a sua evolução desde 2014. O inquérito também evidencia o impacto crescente da digitalização e o aumento da consulta aos trabalhadores sobre os seus efeitos na segurança e saúde ocupacional.

Mais informações:
EU-OSHA


Dia Mundial da Segurança no trabalho

No dia 28 de abril assinala-se o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, uma data simbólica que pretende prestar homenagem às vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais, reforçando a importância da prevenção e da promoção de ambientes de trabalho mais seguros.

Portugal tem vindo a dar um forte contributo nesta área, tendo sido o quarto país europeu a instituir oficialmente esta data como Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, através da Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001. Este dia é uma oportunidade para sensibilizar trabalhadores, empregadores e sociedade civil para a importância de reduzir os riscos profissionais e construir uma cultura de segurança desde cedo.

Este ano, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) organiza uma Sessão Comemorativa dedicada ao tema “Revolucionar a segurança e saúde no trabalho: o papel da IA e da digitalização”, que terá lugar no dia 28 de abril, pelas 10h, no auditório do Instituto do Emprego e Formação Profissional, em Lisboa.

Também relativamente a este tema, a EU-OSHA, lançou recentemente uma campanha com recursos sobre a gestão dos trabalhadores através da inteligência artificial (IA), agora disponíveis em várias línguas da UE. Estes materiais destacam oportunidades como a adequação de tarefas às competências dos trabalhadores ou a monitorização das condições de trabalho para sinalizar riscos, mas também alertam para desafios sérios, como a falta de transparência nos sistemas automatizados e o risco de isolamento dos trabalhadores.

A digitalização e a IA têm um impacto crescente no mundo do trabalho sendo necessário discutir como estas tecnologias poderão ser usadas de forma ética, segura e centrada nas pessoas.

No dia 28 de abril decorrerão diversas iniciativas em todo o país, promovidas por entidades públicas e privadas, com o objetivo de homenagear as vítimas e reforçar o compromisso com locais de trabalho mais seguros, saudáveis e sustentáveis.
Poderá consultar o calendário de eventos na página da ACT.

Consulte o folheto da Agência Europeia para a Segurança e Saude no Trabalho: Locais de trabalho seguros e saudáveis – TRABALHAR COM SEGURANÇA E SAÚDE NA ERA DIGITAL

Mais informações:
EU-OSHA


Dia Mundial da Saúde

O Dia Mundial da Saúde é celebrado anualmente a 7 de abril. Criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), este dia tem como objetivo sensibilizar para questões fundamentais de saúde pública e promover políticas que garantam acesso universal a cuidados de saúde de qualidade.

O tema para 2025, Começos saudáveis, futuros esperançosos, dirigido à saúde materna e neonatal, pretende levar governos e profissionais de saúde a intensificar esforços para acabar com as mortes maternas e neonatais e a dar prioridade à saúde e o bem-estar, de longo prazo, das mulheres.

A celebração envolverá campanhas de consciencialização, conferências e iniciativas comunitárias em vários países. A OMS, em parceria com diversas entidades, fornecerá orientações essenciais para promover gestações e partos mais seguros, além de cuidados pós-natais adequados.

Em 2020, a América Latina e o Caribe registaram uma morte materna por hora, revertendo duas décadas de progresso. Globalmente, cerca de 300 mil mulheres morrem por complicações na gravidez, mais de 2 milhões de bebés não sobrevivem ao primeiro mês de vida e milhões já nascem mortos.

Com 80% dos países fora da meta de redução da mortalidade materna até 2030, é essencial fortalecer o acesso a cuidados de qualidade, incluindo suporte físico e emocional, saúde mental e planeamento familiar.

No âmbito da saúde ocupacional, a protecção das grávidas e lactantes no seu local de trabalho face a riscos do trabalho que possam por em causa a sua saúde deve estar sempre bem presente. No cumprimento da legislação em vigor, são proibidas ou condicionadas a grávidas, puérperas e lactantes as actividades que impliquem exposição a determinados agentes físicos, como radiações ionizantes, determinados agentes químicos e agentes biológicos específicos, bem como lhes está vedada a prestação de trabalho noturno em determinados períodos. Assim, a realização de exame médico ocasional a pedido do trabalhador nas condições referidas é da maior importância para acautelar a saúde e bem-estar das mães e seus filhos.

Garantir a sobrevivência de mães e bebés deve ser uma prioridade global.
Mais do que uma simples data, o Dia Mundial da Saúde reforça a importância de medidas concretas para melhorar a qualidade de vida de todas as populações.


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